Minha poesia nada mais é do que a tentativa de
resgatar tantas emoções soterradas.
Biografia
Sou composta por urgências: minhas alegrias são
intensas, minhas tristezas, absolutas. Me entupo de ausências, me esvazio de excessos. Eu não
caibo no estreito, eu só vivo nos extremos. Eu caminho , desequilibrada, em
cima de uma linha tênue entre a lucidez e a loucura. De ter amigos eu gosto
porque preciso de ajuda pra sentir, embora quem se relacione comigo saiba que é
por conta-própria e auto-risco. O que tenho de mais obscuro, é o que me
ilumina. E a minha lucidez é que é perigosa. Marla de Queiroz –escritora Brasileira – Rio de
Janeiro.
Frases – citações de Marla Queiroz (fonte:
pensador; facebook).
"Eu sou essa gente que se dói inteira porque não vive só na
superfície das coisas."
Marla de Queiroz
Não sou sempre flor. Às vezes espinho me define tão melhor. Mas só
espeto os dedos de quem acha que me tem nas mãos.
Marla de Queiroz
(...)e nós que morávamos um no outro, ficamos sem casa. Perdoe a falta
de abrigo, é que agora eu moro no caminho.
Marla de Queiroz
Eu não tenho medo do amor.Eu tenho medo é de amar quem tem medo
dele.Amar quem teme o amor é como se apaixonar por uma sucessão de
desistências.
Marla de Queiroz
Que pode ser tão raro, que não pode ser incluso na lista dos
"Desapegos"?
Marla de Queiroz
Porque eu tenho pesadelos que parecem tão reais até quando você me
abraça. E eu acordo triste, e brigo de verdade e passo o dia grave e dolorida
como quando a gente leva um tombo no piso liso... que é só o passado. É como se
eu sentisse um ciúme horroroso do meu livro predileto comprado em sebo, a
dedicatória apaixonada que não é a minha, os resquícios do manuseio de outras
mãos. Alguém corrompeu o trecho que eu mais gostava quando grifou à caneta algo
que não pude apagar com borracha e que era tão secretamente meu. Desenhou
corações onde só havia minha dor e eu discordei da interpretação alheia. E
achei aquilo tudo de uma crueldade atroz. Mas permaneci com o livro no colo,
cheia de um afeto confuso por ele: afeto pelo que era, angústia por já ter sido
de outro alguém, e aquela sensação (imbecil) de falta de exclusividade. Eu que
sempre achei que tudo é e está para o mundo. Perdoa o meu senso de
autoimportância, já que não consigo perdoar o meu egoísmo. Eu sei que em alguns
presentes, no embrulho, laços do passado são aproveitados. Eu só queria que
eles não fossem tão vermelhos: desses que doem nos olhos e no coração.
Marla de Queiroz
Com o tempo, você analisa que abrir mão de algo muito importante, só se
faz quando se tem um motivo maior que esse algo: seja um propósito, uma crença,
um valor íntimo, uma obstinação qualquer que te oriente para essa escolha que
já se sabia tão dolorosa. É um sacrifício voluntário por algo mais pleno, mais
grandioso em Beleza. E, nestas análises, você descobre outras perdas que são
positivas: perde-se também a ansiedade, a insegurança e a ilusão. E você
aprende a recomeçar agradecendo por vitórias tão pequenininhas… Como quando é
noite e antes de dormir você se enche de gratidão: ‘Deus, obrigada, porque é
noite e eu tenho o sono… Que venha um sonho novo, então’.
Marla de Queiroz
Não sou sempre flor. As vezes espinho me define bem melhor!
Marla de Queiroz
'Eu não tenho mais tempo para ser aquela pessoa certa na tua hora
errada.'
Marla de Queiroz
Acordar ao seu lado, esse eterno amanhecer por dentro, um sol interno
tão aceso, essa alegria gratuita. E existe algo em nós que é tão recíproco,
cúmplice e intenso. Dos nossos olhares que dizem tanto sobre tudo,
silenciosamente. Um movimento de corpo que é tão ao encontro o tempo todo. Da
compreensão e paciência a que nos dedicamos diariamente. E o amor que permeia
tanta poesia, e a poesia que se entrega inteira pras palavras que querem dizer
do abraço. Seu corpo tão moldado ao meu, natureza líquida de água e jarro. Você
me conduzindo à fonte de todas as coisas, lá onde o desejo se origina. E nada
míngua com o passar do tempo e mesmo acreditando não ter mais espaço, cresce,
flui, se imensa clareando o que era escuro e frio.Cada vez mais e mais eu
preciso dizer do amor. Dessa ternura delicada. Cada vez mais o amor sendo a
melhor experiência. Cada vez mais eu percebendo que se nada no mundo é
definitivo, nossa história eu sei perene. Uma primavera inaugurada a cada dia.
E mesmo que nada possa ser eterno, mesmo que o "pra sempre" não
exista, eu sei que vou seguir te amando, pelo menos, pelos próximos 99
invernos.
(E se ainda eu não consigo explicar você pra mim, eu simplesmente aceito e agradeço).
(E se ainda eu não consigo explicar você pra mim, eu simplesmente aceito e agradeço).
Marla de Queiroz
'Eu não tenho mais tempo para ser aquela pessoa certa na tua hora
errada.'
Marla de Queiroz
Eu só quero celebrar as minhas flores de dentro da forma mais adequada.
Eu não tenho mais tempo para ser aquela pessoa certa na tua hora errada."
Marla de Queiroz
Parece que jamais serás a mesma e que nada mais terá sentido como antes,
mas assim como é líquida essa tristeza, essas águas são dinâmicas e
fluidas.Então deixa que as coisas se renovem, e que as perdas tenham mais de um
sentido, que os vazios te ofereçam mais espaço, pra que a vida te compense com
o impossível.E permita que a alegria se aproxime, e que traga mais calor para
os teus dias, quando tudo nos parece um desolo, é possível ainda assim, ser poesia.
Seja forte, siga em frente, respire fundo, e perceba a importância de se ter braços vazios, pra que se possa ter espaço em si para abraçar o mundo.
Seja forte, siga em frente, respire fundo, e perceba a importância de se ter braços vazios, pra que se possa ter espaço em si para abraçar o mundo.
Marla de Queiroz
Vasculhando nas memórias algum assunto, encontrei a carta que eu
rabisquei na capa de um livro: “pra você”, era o destinatário. Não sei por que
não mandei, talvez não quisesse passar a limpo o passado. Em letras garrafais
eu te dizia: “acertei o caminho não porque segui as setas, mas porque
desrespeitei todas as placas de aviso”. E achei curioso eu usar essa metáfora
sem nem ao certo saber o que queria te dizer com isto. E depois de repousadas
aquelas palavras eu percebi quanta coisa eu escrevi pra você, querendo dizer
pra mim. Porque eu jamais chegaria aonde cheguei se só andasse em linha reta.
Tive que voltar atrás, andar em círculos, perder dias, perder o rumo, perder a
paciência e me exaurir em tentativas aparentemente inúteis pra encontrar um
quase endereço, uma provável ponte: a entrada do encontro.Você tão ocupado com
seus mapas, tão equipado com sua bússola, demorou tanto, fez sinais de fumaça e
não veio. Você simplesmente não veio. Mas me ensinou a intuir caminhos certos,
a confiar nos passos, a desconfiar dos atalhos. Porque eu estava do outro lado
e só. Sem amparo. Mas caminhava. E você estava absolutamente equipado com seu
peso. E impedido de andar por seus medos.
Marla de Queiroz
Ele nem sabe...
Ele não sabe mais nada sobre mim. Não sabe que o aperto no meu peito diminuiu, que meu cabelo cresceu, que os meus olhos estão menos melancólicos, mas que tenho estado quieta, calada, concentrada numa vida prática e sem aquela necessidade toda de ser amada. Ele não sabe quantos livros pude ler em algumas semanas. Não sabe quais são meus novos assuntos nem os filmes favoritos. Ele não sabe que a cada dia eu penso menos nele, mas que conservo alguma curiosidade em saber se o seu coração está mais tranqüilo, se seu cabelo mudou, se o seu olhar continua inquieto. Ele nem imagina quanta coisa pude planejar durante esses dias todos e como me isolei pra tentar organizar todos os meus projetos. Ele não sabe quantos amigos desapareceram desde que me desvencilhei da minha vida social intensa. Que tenho sentido mais sono e ainda assim, dormido pouco. Que tenho escrito mais no meu caderno de sonhos. Que aqui faz tanto frio, ele não sabe por mim. Ele não sabe que eu nunca mais me atentei pra saudade. Que simplesmente deixei de pensar em tudo que me parecia instável. Que aprendi a não sobrecarregar meu coração, este órgão tão nobre. Ele não sabe que eu entendi que se eu resolver a minha dor, ainda assim, poderei criar através da dor alheia sem precisar sofrer junto pra conceber um poema de cura. Hoje foi um dia em que percebi quanta coisa em mim mudou e ele não sabe sobre nada disso. Ele não sabe que tenho estado tão só sem a devastadora sensação de me sentir sozinha. Ele não sabe que desde que não compartilhamos mais nada sobre nós, eu tive que me tornar minha melhor companhia: ele nem imagina que foi ele quem me ensinou esta alegria.
Ele não sabe mais nada sobre mim. Não sabe que o aperto no meu peito diminuiu, que meu cabelo cresceu, que os meus olhos estão menos melancólicos, mas que tenho estado quieta, calada, concentrada numa vida prática e sem aquela necessidade toda de ser amada. Ele não sabe quantos livros pude ler em algumas semanas. Não sabe quais são meus novos assuntos nem os filmes favoritos. Ele não sabe que a cada dia eu penso menos nele, mas que conservo alguma curiosidade em saber se o seu coração está mais tranqüilo, se seu cabelo mudou, se o seu olhar continua inquieto. Ele nem imagina quanta coisa pude planejar durante esses dias todos e como me isolei pra tentar organizar todos os meus projetos. Ele não sabe quantos amigos desapareceram desde que me desvencilhei da minha vida social intensa. Que tenho sentido mais sono e ainda assim, dormido pouco. Que tenho escrito mais no meu caderno de sonhos. Que aqui faz tanto frio, ele não sabe por mim. Ele não sabe que eu nunca mais me atentei pra saudade. Que simplesmente deixei de pensar em tudo que me parecia instável. Que aprendi a não sobrecarregar meu coração, este órgão tão nobre. Ele não sabe que eu entendi que se eu resolver a minha dor, ainda assim, poderei criar através da dor alheia sem precisar sofrer junto pra conceber um poema de cura. Hoje foi um dia em que percebi quanta coisa em mim mudou e ele não sabe sobre nada disso. Ele não sabe que tenho estado tão só sem a devastadora sensação de me sentir sozinha. Ele não sabe que desde que não compartilhamos mais nada sobre nós, eu tive que me tornar minha melhor companhia: ele nem imagina que foi ele quem me ensinou esta alegria.
Marla de Queiroz
E, no meio de tantas mudanças, muitas rupturas. Algumas coisas foram
encaminhadas pro novo destino, outras se perderam irremediavelmente. O que
sobrou posso contar nos dedos, antes eu mal conseguia fechar as gavetas_ tão
abarrotadas de coisas, pessoas, lembranças. Mas o que houve afinal, além de um
processo íntimo, pessoal, intransferível? Uma mudança externa também, porque há
sempre um desconforto em quem se acostuma com o nosso comportamento mais
antigo. E além de lidar com o luto da morte do que éramos, ainda o
estranhamento dos que não aceitam o que nos tornamos. Porque mudam os gostos, a
disposição e os planos. E alguns reagem como se você os
tivesse abandonado no meio de uma viagem a dois por outro continente,
quando só você sabia falar a língua local mesmo que os impedisse de aprender o
idioma .
E, no meio de tantas mudanças, algumas desavenças. Só porque aqueles mesmos não entendem, não entendem, não entendem, porque não querem aceitar, que tudo é tão dinâmico e que nem deve ter sido tão brusca essa mudança, mas que a coisa maturou durante um tempo em que só queriam que você se envolvesse numa história DELES, que se misturasse nas emoções DELES, que traduzisse o mais íntimo DELES. E, ao mesmo tempo, você estava amadurecendo uma mudança sua e a coisa toda doía, doía. Mas eles não perceberam. Porque a demanda sobre a vaidade deles era grande demais, importante demais, imprescindível demais pra sua poesia.
E, de repente, a minha poesia não queria falar mais sobre nada disso. Minha poesia queria ser uma carta anônima, um silêncio, uma brincadeira. Minha poesia não queria ser nada além de uma frase jogada do mais íntimo de uma iluminação sobre um determinado assunto.
Porque, no final das contas, o que escrevo nem é poesia... é prosa, é carta, é desabafo, é qualquer coisa. É um bilhete manuscrito pregado no espelho só pra desejar “Bom Dia!
E, no meio de tantas mudanças, algumas desavenças. Só porque aqueles mesmos não entendem, não entendem, não entendem, porque não querem aceitar, que tudo é tão dinâmico e que nem deve ter sido tão brusca essa mudança, mas que a coisa maturou durante um tempo em que só queriam que você se envolvesse numa história DELES, que se misturasse nas emoções DELES, que traduzisse o mais íntimo DELES. E, ao mesmo tempo, você estava amadurecendo uma mudança sua e a coisa toda doía, doía. Mas eles não perceberam. Porque a demanda sobre a vaidade deles era grande demais, importante demais, imprescindível demais pra sua poesia.
E, de repente, a minha poesia não queria falar mais sobre nada disso. Minha poesia queria ser uma carta anônima, um silêncio, uma brincadeira. Minha poesia não queria ser nada além de uma frase jogada do mais íntimo de uma iluminação sobre um determinado assunto.
Porque, no final das contas, o que escrevo nem é poesia... é prosa, é carta, é desabafo, é qualquer coisa. É um bilhete manuscrito pregado no espelho só pra desejar “Bom Dia!
Marla de Queiroz
Se, ao acordar, posso escolher uma roupa,
posso escolher também o sentimento
que vai vestir meu dia.
Se, no percurso, posso errar o caminho
posso também escolher a paisagem
que vai vestir meus olhos.
A mesma articulação que tenho para reclamar,
tenho para agradecer.
E, se posso me adornar com a alegria,
não é a tristeza que eu vou tecer.
Que hoje e sempre, seja mais UM BELO DIA!
posso escolher também o sentimento
que vai vestir meu dia.
Se, no percurso, posso errar o caminho
posso também escolher a paisagem
que vai vestir meus olhos.
A mesma articulação que tenho para reclamar,
tenho para agradecer.
E, se posso me adornar com a alegria,
não é a tristeza que eu vou tecer.
Que hoje e sempre, seja mais UM BELO DIA!
Marla de Queiroz
São delicados e sutis os fios da harmonia. Ao contrário da alegria, do
entusiasmo, ela é uma das sensações mais discretas. Sua voz é quase
imperceptível, feito outra qualidade de silêncio. Ela não é uma gargalhada, é
aquele sorriso por dentro, uma sensação gostosa de estar no lugar certo, na
hora adequada. Feito um arco-íris depois da tempestade, sua beleza é adornada
pelo equilíbrio dentro do derramamento. É um adestramento dos fantasmas
internos. A possibilidade de aprimorar os pensamentos. É quase como não pensar.
Simplesmente, sentimos uma ligação profunda com tudo, um denso bem-estar. Como
se tivéssemos uma secreta intimidade com o mundo, certa cumplicidade com o
tempo. É como se observássemos descompromissados, ela é uma descontração. Como
se o coração batesse pelo corpo todo, mas sem extremada euforia. Uma
tranqüilidade dilatada no peito, o olhar satisfeito, a mente entendendo que já
nem precisa entender o que é prosa ou poesia. E o mundo inteiro cabendo num
abraço. E uma firmeza na carícia, a maturidade que perdeu o cansaço, uma
confiança que preenche a existência. A harmonia é um contato profundo com a
experiência. E o tempo do dia não é mais composto por esperas, ele é vivido. E
já não se fala, palavras passeiam pela boca. E já não se escreve, as frases
coreografam as paisagens. E já não se ama, o amor vigora em nós. A harmonia tem
fios muito delicados e sua trama faz a ligação mais suave entre todas as
urgências já sentidas. E o chão do sonho é macio, e tudo parece estar
alinhavado, numa ligação sem sufocamentos. E a poesia não deseja mais ser nada,
vira o afago de um momento. E nas letras a textura de um veludo, como se ao correr
pela página, os olhos pudessem ser acariciados. E você tem todas as coisas sem
precisar tomar posse delas. Você ama o amor, não o delírio de estar apaixonado.
Sinto a harmonia como uma espécie de fascínio pela vida. É quase uma perda de
outros apetites, porque se está tão nutrido pela própria companhia. E a gente
tem aquela vontade súbita de andar pela noite: não apenas para olhar as
estrelas, mas também para por elas sermos vistos.
Harmonia é como se fôssemos inundados pelo mar onde antes só havia um precipício."
Harmonia é como se fôssemos inundados pelo mar onde antes só havia um precipício."
Marla de Queiroz
Ele não sabe mais nada sobre mim. Não sabe que o aperto no meu peito
diminuiu, que meu cabelo cresceu, que os meus olhos estão menos melancólicos.
Ele não sabe quantos livros pude ler em algumas semanas. Não sabe quais são
meus novos assuntos nem os filmes favoritos. Ele não sabe quantos amigos
desapareceram desde que me desvencilhei da minha vida social intensa. Ele não
sabe que eu nunca mais me atentei pra saudade. Que simplesmente deixei de
pensar em tudo que me parecia instável. Que aprendi a não sobrecarregar meu
coração, este órgão tão nobre. Ele não sabe que tenho estado tão só sem a
devastadora sensação de me sentir sozinha. Ele não sabe que desde que não
compartilhamos mais nada sobre nós, eu tive que me tornar minha melhor
companhia: ele nem imagina que foi ele quem me ensinou esta alegria.
Marla de Queiroz
Se, ao acordar, posso escolher uma roupa, posso escolher também o
sentimento que vai vestir meu dia. Se, no percurso, posso errar o caminho posso
também escolher a paisagem que vai vestir meus olhos. A mesma articulação que
tenho para reclamar, tenho para agradecer. E, se posso me adornar com a
alegria, não é a tristeza que eu vou tecer. Que hoje e sempre, seja mais um
belo dia!
Marla de Queiroz
E o seu abraço será a moldura do meu corpo. E a minha boca o pretexto
para o seu mais demorado beijo…
Marla de Queiroz
Quando você vier haverá o encontro da sua busca com a minha espera. E o
seu abraço será a moldura do meu corpo. E a minha boca o pretexto para o seu
mais demorado beijo. E a gente vai brincar de se desmaterializar dentro da
música, de desatar auroras, de escrever poemas de orvalho... E eu vou inventar
uma madrugada eterna pra quando você tiver que ir embora no dia seguinte. E
você vai inventar um domingo que vai durar pra sempre porque tenho preguiça das
segundas-feiras. E a gente vai rir dessa maldade da demora do tempo pra fazer
essa brincadeira de desencontro: quase nos deixou descrentes... A gente vai rir
dessa maldade porque o nosso amor será a coisa mais bonitinha do mundo.
Marla de Queiroz
Não é a vida que dificulta as coisas.. as pessoas é que tem muito medo
de mudar pra arriscar uma felicidade que não é garantida.Todo mundo tem um
trauma, um medo, algo que paralise.. mas transformar isso em espaço pra
crescer, pouca gente faz.
Marla de Queiroz
"Que a minha intensidade não me impeça de respirar vezenquando,
pois suspiro o tempo todo pra encontrar espaço nesse peito que já nem se cabe.
Que essas explosões de vida, de beleza e dor me permitam ao menos, por alguns
momentos, absorvê-las com tranqüilidade: para que eu consiga dormir sem ter de
chorar ou gargalhar até a exaustão, pois sinto falta de apenas lacrimejar ou
sorrir sem contrações, descontraída. Que a felicidade não me doa sempre e
tanto, a ponto de assustar. Que haja alguma suavidade nos meus olhos diante do
cotidiano e que eu não me emocione exageradamente com esta delicadeza. Que eu
possa contemplar o mar sem que ele me afogue por completo. Que eu possa olhar o
céu imenso e que isso não me aniquile por lucidez extrema. E que quando eu
escrever um texto, ao ser publicado, assim, despido de qualquer revisão
emocional, dotado apenas da intuição que me foi dada, que encontre a fonte
precisa que agasalhe a palavra “palavra”. Que eu não viva só em caixa alta, com
esses gritos que arranham silêncios e desgovernam melodias. Que eu saiba dizer
sem que isso me machuque demais. Que eu saiba calar sem que isso me provoque
uma tagarelice interna inquieta. Que eu possa saber dessa música apenas que ela
se comunica com algo em mim, nada mais. Que eu possa morrer de amor e, ainda
sim, ser discreta. Que eu possa sentir tristeza sem que ela se aposse de toda a
minha alegria. E que, se um dia eu for abandonada pelo amor, não deixe que esse
abandono seja para sempre uma companhia."
Marla de Queiroz
"Às vezes é preciso dormir, dormir muito. Não pra fugir, mas pra
descansar a alma dos sentimentos. Quem nasceu com a sensibilidade exacerbada
sabe quão difícil é engolir a vida. Porque tudo, absolutamente tudo devora a
gente. Inteira."
Marla de Queiroz
Alguma coisa incrível precisa acontecer logo, enquanto há tempo. Não
suportarei esperar mais a eternidade desses próximos cinco minutos.
Marla de Queiroz
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